quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Observações astronômicas dos povos indígenas do Brasil


Muitas e diferentes culturas desenvolveram modos de antecipar as mudanças climáticas anuais a partir da observação das estrelas. No Brasil, vários grupos indígenas utilizam um grupo de estrelas, que denominamos Plêiades, para indicar a chegada da estação das chuvas. O relato que se segue nos informa como isso acontece. Ele faz parte do trabalho do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, publicado em um de seus livros destinados ao estudo dos símbolos e da mitologia dos povos indígenas.

Os Xerente, povo cuja língua chama-se jê, habitam o estado de Tocantins, a uma latitude 100 ao sul do equador. Eles contam os meses se orientando pela Lua. O ano para os Xerente começa em junho, quando as Plêiades reaparecem no nascente, logo antes do raiar do Sol. As Plêiades são um agrupamento de estrelas que faz parte da constelação de Touro. Esse agrupamento é visto, a olho nu, como um pequeno arranjo de sete estrelas, de brilho pouco intenso e muito próximas umas das outras. Entre um e outro nascimento das Plêiades, os Xerente contam cerca de 13 luas (ou meses lunares). Para eles o ano é dividido em partes.

1. a estação seca tem quatro luas e vai, aproximadamente, do mês de junho a setembro.

2. a estação das chuvas, com nove luas, vai de setembro a maio.





Um modo de Localizar as Plêiades no céu é identificar onde estão as Três Marias.  Seguindo o alinhamento das Três Marias, de um lado, você verá Sirius, uma das estrelas de maior brilho no céu. Do outro lado, você verá Aldebaran, uma estrela avermelhada, que é a mais brilhante da constelação de Touro. As Plêiades estão nessa mesma direção, depois de Aldebaran. Lembre-se de que a ilustração é apenas uma representação que não respeita escala nem as cores verdadeiras dos objetos nos céu.




Fonte: Livro Construindo Consciências 9º ano, editora Scipione. Pag:. 41

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